segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ecoturismo no Litoral Norte Paulista

Os quatro municípios que compõem o Litoral Norte Paulista têm uma vocação para o turismo, tanto que esta é a atividade principal na região. Isso fica evidente no número de turistas que percorrem a cidade nos feriados e nas festas de fim de ano, e também na quantidade de casas de veraneio espalhadas por estas cidades. No entanto, os turistas que aqui frequentam têm buscado outras atividades, além das praias. A beleza cênica natural que a região detém, estimula a prática do ecoturismo. A exuberante Mata Atlântica, preservada pela sequência de vales encaixados na escarpa da Serra do Mar, é um convite para o trekking, uma das várias formas de praticar o ecoturismo. A grande vantagem da prática do ecoturismo é que o praticante procura, além do lazer, o conhecimento e a interação com a natureza. Sendo assim, esta prática incentiva a sustentabilidade, pois o ecoturista busca locais preservados, bem geridos, e pessoas preparadas para guiá-los. Dentro desta perspectiva, temos algumas características básicas que devem ser observadas para o sucesso do ecoturismo em qualquer lugar com tal potencial. Dentre elas podem ser destacadas as seguintes: “respeito às comunidades locais; envolvimento econômico efetivo das comunidades locais; respeito às condições naturais e conservação do meio ambiente e interação educacional - garantia de que o turista incorpore para a sua vida o que aprende em sua visita, gerando consciência para a preservação da natureza e dos patrimônios histórico, cultural e étnico” (http://revistaecoturismo.com.br/turismo-sustentabilidade/turismo/ecoturismo/). Pensando no caso específico do Litoral Norte Paulista, há muito o que ser feito. Alguns projetos têm sido desenvolvidos em relação às comunidades tradicionais, principalmente no que se refere à preservação e valorização da cultura caiçara. Porém, tudo muito modesto se pensarmos no grande potencial existente. Posto isso, devemos nos perguntar sobre as perspectivas para o futuro. O que o governo tem feito neste sentido? Ou melhor, o que vemos no dia a dia de nossas cidades em relação ao desenvolvimento de um programa sério de incentivo ao ecoturismo? A resposta é simples. Vemos a instalação da Petrobrás, a ampliação do porto e a duplicação da Tamoios. Obras de grande impacto ao ambiente, impostas à população com a bandeira da prosperidade e crescimento econômico. Tais obras vão na contramão de um projeto de ecoturismo, pois aumenta a especulação imobiliária; aumenta a população; e pressiona cada vez mais as cidades em direção à serra, diminuindo ainda mais os habitats naturais, essenciais para a vida e necessários para o ecoturismo. O quadro geral do Litoral Norte Paulista é um discurso em busca da sustentabilidade, mas ações numa direção oposta, o desenvolvimento econômico irresponsável.