A Medida Provisória Nº 458 prevê a regularização fundiária da Amazônia Legal. A medida assinal pelo presidente criou grande discussão no meio legislativo e na comunidade científica.
Descobri que não é possível anexar aquivos no blog, portanto, colocarei apenas os links das reportagens da BBC Brasil, e me disponho a fornecer o arquivo da MP-458 por e-mail.
Seguem os links:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/07/090722_amazonia_numeros_fbdt.shtml
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/07/090729_amazonia_buscaporterra_pc_ac.shtml
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/07/090730_amazonia_borari_pc_ac.shtml
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/07/090730_amazonia_comunidades_pc_ac.shtml
Boa leitura!
O “Caderno de Mapas” tem como objetivo divulgar e ampliar o conhecimento geográfico como um todo. É voltado para alunos, ex-alunos e pessoas interessadas, que anseiam por espaços de discussão mais abertos. Outro foco do blog é divulgar material de suporte para o conhecimento geográfico no contexto escolar, incluindo notícias, fragmentos de textos e livros, charges, entre outros.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
sexta-feira, 26 de junho de 2009
A questão agrária
Saudações!!!
Mais uma vez abandonei o blog por um tempo. Eu sabia desde o início que não seria fácil mantê-lo atualizado.
Enfim, entender "a questão agrária" é de vital importância para compreendermos o papel do Brasil no cenário mundial. Deixamos de ser um país essencialmente rural. Porém, mantemos certas características de nossas raízes, e devemos conhecê-las, pois a partir delas podemos entender o processo histórico pelo qual o país passou até chegar no ponto em que está hoje.
Este tema está sendo discutido em sala de aula, e os alunos tiveram grandes dificuldades no tema. A avaliação foi essa semana, então ainda não identifiquei plenamente os motivos das dificuldades.
De qualquer maneira, deixo aqui um site que serve como base para qualquer pesquisa na área, o portal do ministério da agricultura (www.agricultura.gov.br).
Na seção das Relações internacionais, estão à disposição do internauta diversos relatórios do Agronegócio brasileiro, sendo possível realizar uma análise rápida da importância que agricultura de nosso país exerce mundialmente.
Sem mais,
abraços geográficos!!!
Mais uma vez abandonei o blog por um tempo. Eu sabia desde o início que não seria fácil mantê-lo atualizado.
Enfim, entender "a questão agrária" é de vital importância para compreendermos o papel do Brasil no cenário mundial. Deixamos de ser um país essencialmente rural. Porém, mantemos certas características de nossas raízes, e devemos conhecê-las, pois a partir delas podemos entender o processo histórico pelo qual o país passou até chegar no ponto em que está hoje.
Este tema está sendo discutido em sala de aula, e os alunos tiveram grandes dificuldades no tema. A avaliação foi essa semana, então ainda não identifiquei plenamente os motivos das dificuldades.
De qualquer maneira, deixo aqui um site que serve como base para qualquer pesquisa na área, o portal do ministério da agricultura (www.agricultura.gov.br).
Na seção das Relações internacionais, estão à disposição do internauta diversos relatórios do Agronegócio brasileiro, sendo possível realizar uma análise rápida da importância que agricultura de nosso país exerce mundialmente.
Sem mais,
abraços geográficos!!!
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Mudanças climáticas globais: evidências e divergências
O texto que segue foi apresentado para os alunos do ensino técnico no Colégio Tableau de Caraguatatuba no dia 03 de junho de 2009.
Eu e mais três professores da E.E. Ângelo Barros de Araújo (Marcelo, Alexandre e Rosângela) falamos sobre o tema transversal "Meio Ambiente".
Foi uma noite extremamente agradável, de grande proveito tanto para os alunos como para nós, palestrantes.
Mudanças climáticas globais: evidências e divergências
A virada do milênio trouxe à tona diversos dados relativos às mudanças climáticas globais. As discussões iniciaram em Estocolmo na década de 1970 se fortaleceram com a Eco 92, e os relatórios do IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Changes) colocaram definitivamente o "aquecimento global" na agenda internacional nesta década. Cientistas ao redor do mundo afirmam que as ações antrópicas decorrentes da revolução industrial vem colaborando para o aumento da temperatura média global a partir de 1750. Segundo estes cientistas, estamos presenciando as primeiras consequências de nossas ações, que seria a resposta da Natureza às mudanças provocadas pela humanidade, os eventos extremos: furacões, enchentes, tempestades, derretimento das geleiras, secas etc. Todas essas situações teriam como causa principal o aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera, principalmente o dióxido de carbono (CO2), resultado da utilização de combustíveis fósseis como fonte de energia.
Diante desse cenário, o relatório do IPCC afirma que, se nada for feito, a humanidade não resistirá às mudanças climáticas globais que estão por vir. A previsão é de que até 2100 o planeta esteja até 2ºC mais quente, com o nível dos oceanos cerca de 1,5m mais alto, com escassez de água e alimentos, sem petróleo e sem energia. Enfim, o apocalipse.
Por outro lado, um grupo de estudiosos se posiciona de maneira contrária aos cientistas do IPCC. Os céticos acreditam que as conclusões do relatório são precipitadas e alarmantes. Segundo eles, nos últimos 150 anos houveram períodos de queda da temperatura intercalados com os períodos de alta. Eles afirmam que há um ciclo natural de variação da temperatura global e o IPCC faz uma análise errônea dos dados disponibilizados. Alguns céticos até concordam que há mudanças climáticas, mas que ainda é cedo para prever o que, como e quando acontecerão os próximos eventos. Por exemplo, Bjorn Lomborg, defende ações diferentes das propostas pelo IPCC. Segundo ele, o importante no momento é fomentar a pesquisa científica para que sejam encontradas soluções viáveis para a situação, e não gastar bilhões de dólares em medidas que nem ao menos foram analisadas.
Efeito estufa
O efeito estufa é apontado como o fenômeno responsável pelo aumento da temperatura global. Ele é um mecanismo natural que a Terra tem para manter-se aquecida, retendo a radiação solar na atmosfera através dos gases de efeito estufa (CO2, metano, ozônio etc). Porém, os cientistas afirmam que a partir da revolução industrial no século XVIII, a humanidade despejou toneladas de CO2 na atmosfera, potencializando a ação do efeito estufa e, portanto, aumentando a temperatura média global. Segundo os cientistas, o demasiado uso de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural, carvão mineral) como fonte de energia é a principal fonte de gases do efeito estufa. Além disso, a queimada das florestas tropicais é outro grande emissor de CO2 na atmosfera, o que coloca o Brasil como 4º maior emissor do mundo segundo relatório do IPCC.
O CO2 é responsável por cerca de 63% do efeito estufa total. Além de ser o gás de efeito estufa mais abundante, devido à quantidade com que é emitido, é o que tem maior contribuição para o aquecimento global: em 2004, representou 77% das emissões antropogênicas globais.
Diante deste fenômeno, as perspectivas do IPCC indicam falta de água potável, crescimento da pobreza, derretimento da geleiras e consequente aumento do nível do mar e o desaparecimento de 20% a 40% das espécies vegetais e animais se o aumento de temperatura for de 1,5ºC a 2,5ºC.
Efeitos no mundo
Segundo esses cientistas cada região do globo sofrerá os efeitos de maneira distinta. Por exemplo, segundo o relatório a África será uma das áreas mais afetadas pelas mudanças climáticas por sua incapacidade de adaptação aos eventos previstos. Há previsões de que as áreas áridas e semi-árias terão um significativo acréscimo, diminuindo, consequentemente, as áreas de plantio, levando ao colapso da produção de alimentos e elevando o nível de desnutrição no continente. Além disso, com a elevação do nível do mar, as áreas mais populosas do continente sofrerão com o avanço do mar, deslocando uma grande massa de pessoas.
O derretimento das camadas de gelo do Himalaia provocarão enchentes e avalanches. Após o derretimento, o fluxo dos rios será menor, o que trará escassez de água potável para uma das regiões mais populosas do planeta.
As mudanças não pouparão os países desenvolvidos segundo o IPCC. Na Europa, as previsões são de que o volume pluviométrico aumente, provocando cada vez mais inundações, além do derretimento das gelereiras das montanhas, o que acabará com o turismo de inverno da região. Porém, o norte do continente tem uma peculiaridade. Dizem os cientistas que no início das mudanças, com o aumento da temperatura, a região terá um aumento de áreas produtivas, o que trará benefícios para os países, no entanto, alertam que tal vantagem será suprimida pelo avanço das mudanças climáticas.
No Brasil, com dimensões continentais, temos previsões de extrema preocupação, principalmente no que diz respeito à diminuição da biodiversidade em todos os biomas, à substituição de parte da amazônia pelo cerrado, inundações em todas as regiões, com excessão da região norte, onde a previsão é de redução das chuvas. Esse aumento da pluviosidade será resultado de um desequilíbrio hidrológico, que consiste em períodos de muita chuva intercalados com outros de estiagem.
Resumindo todas as previsões dos cientistas do IPCC, o mundo deve se preparar para o pior, pois, segundo eles, as evidências estão aí, é só analisarmos as mudanças que já estão ocorrendo em diversas partes do globo.
Os céticos
Mas até que ponto todos esses alertas são reais? Devemos nos preocupar com a situação apocalíptica pregada por eles? Uma grande parcela da sociedade acredita que sim, a situação é urgente, e pede medidas extremas agora. Porém, não é uma opinião unânime. Há um grupo de economistas, cientistas, ambientalistas, estudiosos de uma maneira geral, que acreditam que tais previsões são alarmistas e não condizem com a realidade. Os chamados céticos, alegam que há uma má interpretação por parte dos cientistas do IPCC em relação às projeções futuras. A maioria deles concorda que há mudanças ocorrendo, mas discordam da origem das mudanças e das ações que devem ser tomadas em relação às mesmas.
Paulo Artaxo (físico da USP) diz que a ciência ainda não conhece muitos dos processos que são determinantes no sistema climático, resultando em grandes lacunas na nossa compreensão sobre o funcionamento desse sistema, o que traz incertezas inerentes ao entendimento e previsões do que possa vir a acontecer com o clima de nosso planeta nos próximos séculos. Ou seja, como prever mudanças climáticas para os próximos 100 anos se nem ao menos entendemos plenamente o sistema atmosférico de hoje?
Outra vertente que vai de encontro com as informações divulgadas pelo IPCC, é a defendida por Bjorn Lomborg, um economista dinamarquês que já fez parte do relatório, mas que hoje acredita que as medidas propostas não são as mais adequadas para combater a situação. Segundo ele, as mudanças climáticas estão ocorrendo assim como o aquecimento global, porém, não é possível creditar toda a responsabilidade desses eventos à humanidade. No seu livro "The skeptcal environmentalist - measuring the real state of the world", publicado em 2001, através de análises dos mesmos dados utilizados pelos cientistas do IPCC, ele argumenta que a situação não é tão alarmante, e que as inovações tecnológicas serão capazes de reverter o processo das mudanças que estão ocorrendo. Ele ainda diz que as ações no momento devem focar a pesquisa em busca de soluções, e não agir impensadamente em possíveis soluções de longo prazo, sem o devido estudo necessário.
Outro cético que questiona as conclusões alarmistas do IPCC é Colin Robinson, economista, autor do texto "Economics, plitics and climate change: are the sceptics right?". Alguns dos pontos citados pelo economista são que ainda não há provas suficientes de que o Aquecimento global seja realmente resultado das ações antrópicas. Mesmo dentre os cientistas do IPCC, essa afirmação é carregada de dúvidas, e projeções, não há estudos que comprovem a origem do fenômeno.
Ainda segundo ele, os cientistas ainda tem dúvidas se este aquecimento faz parte de um ciclo, assim como tantos outros ciclos de aquecimento e resfriamento da Terra. Se assim for, as ações propostas para evitar as conseqüências podem prejudicar o ciclo, ou até mesmo, interrompê-lo.
Em quem acreditar?
As mudanças climáticas estão acontecendo e isso é fato. Olhemos as camadas de gelo se derretendo, o aumento no número de furacões, e todos os outros alertas feitos e noticiados. Não há como negar. Porém, essas mudanças são localizadas. O planeta é muito grande para afirmarmos que todos estão sendo afetados pelas mudanças climáticas. Estamos diante de uma questão escalar onde, no momento, as análises devem seguir esse padrão de escalas.
Além disso, as dúvidas são muitas. Não há como provar que o Aquecimento global é proveniente das ações antrópicas, ao menos, não completamente. As análises ainda são superficiais.
Enfim, o problema está aí, e as discussões não podem parar. Devemos sempre analisar os mais variados lados possíveis de uma questão, para que possamos tomar decisões conscientes, e não apenas aceitar as informações.
Qual lado é o verdadeiro? Se houvesse um, haveria tantas dúvidas?
Refências
ATUALIDADES VESTIBULAR 2008. Dossiê: aquecimento global. Editora Abril S.A.: São Paulo, SP, 2008.
IPCC, 2007: Summary for Policymakers. In: Climate Change 2007: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [Solomon, S., D. Qin, M. Manning, Z. Chen, M. Marquis, K.B. Averyt, M.Tignor and H.L. Miller (eds.)]. Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA.
ROBINSON, Colin. Economics, pollitics and climate change: are the sceptics right? Julian Hodge Bank lecture, Cardiff, April 2008.
http://www.lomborg.com/ acesso em 08/06/2009, 17:06h.
http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/ acesso em 08/06/2009, 17:13h.
Eu e mais três professores da E.E. Ângelo Barros de Araújo (Marcelo, Alexandre e Rosângela) falamos sobre o tema transversal "Meio Ambiente".
Foi uma noite extremamente agradável, de grande proveito tanto para os alunos como para nós, palestrantes.
Mudanças climáticas globais: evidências e divergências
A virada do milênio trouxe à tona diversos dados relativos às mudanças climáticas globais. As discussões iniciaram em Estocolmo na década de 1970 se fortaleceram com a Eco 92, e os relatórios do IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Changes) colocaram definitivamente o "aquecimento global" na agenda internacional nesta década. Cientistas ao redor do mundo afirmam que as ações antrópicas decorrentes da revolução industrial vem colaborando para o aumento da temperatura média global a partir de 1750. Segundo estes cientistas, estamos presenciando as primeiras consequências de nossas ações, que seria a resposta da Natureza às mudanças provocadas pela humanidade, os eventos extremos: furacões, enchentes, tempestades, derretimento das geleiras, secas etc. Todas essas situações teriam como causa principal o aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera, principalmente o dióxido de carbono (CO2), resultado da utilização de combustíveis fósseis como fonte de energia.
Diante desse cenário, o relatório do IPCC afirma que, se nada for feito, a humanidade não resistirá às mudanças climáticas globais que estão por vir. A previsão é de que até 2100 o planeta esteja até 2ºC mais quente, com o nível dos oceanos cerca de 1,5m mais alto, com escassez de água e alimentos, sem petróleo e sem energia. Enfim, o apocalipse.
Por outro lado, um grupo de estudiosos se posiciona de maneira contrária aos cientistas do IPCC. Os céticos acreditam que as conclusões do relatório são precipitadas e alarmantes. Segundo eles, nos últimos 150 anos houveram períodos de queda da temperatura intercalados com os períodos de alta. Eles afirmam que há um ciclo natural de variação da temperatura global e o IPCC faz uma análise errônea dos dados disponibilizados. Alguns céticos até concordam que há mudanças climáticas, mas que ainda é cedo para prever o que, como e quando acontecerão os próximos eventos. Por exemplo, Bjorn Lomborg, defende ações diferentes das propostas pelo IPCC. Segundo ele, o importante no momento é fomentar a pesquisa científica para que sejam encontradas soluções viáveis para a situação, e não gastar bilhões de dólares em medidas que nem ao menos foram analisadas.
Efeito estufa
O efeito estufa é apontado como o fenômeno responsável pelo aumento da temperatura global. Ele é um mecanismo natural que a Terra tem para manter-se aquecida, retendo a radiação solar na atmosfera através dos gases de efeito estufa (CO2, metano, ozônio etc). Porém, os cientistas afirmam que a partir da revolução industrial no século XVIII, a humanidade despejou toneladas de CO2 na atmosfera, potencializando a ação do efeito estufa e, portanto, aumentando a temperatura média global. Segundo os cientistas, o demasiado uso de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural, carvão mineral) como fonte de energia é a principal fonte de gases do efeito estufa. Além disso, a queimada das florestas tropicais é outro grande emissor de CO2 na atmosfera, o que coloca o Brasil como 4º maior emissor do mundo segundo relatório do IPCC.
O CO2 é responsável por cerca de 63% do efeito estufa total. Além de ser o gás de efeito estufa mais abundante, devido à quantidade com que é emitido, é o que tem maior contribuição para o aquecimento global: em 2004, representou 77% das emissões antropogênicas globais.
Diante deste fenômeno, as perspectivas do IPCC indicam falta de água potável, crescimento da pobreza, derretimento da geleiras e consequente aumento do nível do mar e o desaparecimento de 20% a 40% das espécies vegetais e animais se o aumento de temperatura for de 1,5ºC a 2,5ºC.
Efeitos no mundo
Segundo esses cientistas cada região do globo sofrerá os efeitos de maneira distinta. Por exemplo, segundo o relatório a África será uma das áreas mais afetadas pelas mudanças climáticas por sua incapacidade de adaptação aos eventos previstos. Há previsões de que as áreas áridas e semi-árias terão um significativo acréscimo, diminuindo, consequentemente, as áreas de plantio, levando ao colapso da produção de alimentos e elevando o nível de desnutrição no continente. Além disso, com a elevação do nível do mar, as áreas mais populosas do continente sofrerão com o avanço do mar, deslocando uma grande massa de pessoas.
O derretimento das camadas de gelo do Himalaia provocarão enchentes e avalanches. Após o derretimento, o fluxo dos rios será menor, o que trará escassez de água potável para uma das regiões mais populosas do planeta.
As mudanças não pouparão os países desenvolvidos segundo o IPCC. Na Europa, as previsões são de que o volume pluviométrico aumente, provocando cada vez mais inundações, além do derretimento das gelereiras das montanhas, o que acabará com o turismo de inverno da região. Porém, o norte do continente tem uma peculiaridade. Dizem os cientistas que no início das mudanças, com o aumento da temperatura, a região terá um aumento de áreas produtivas, o que trará benefícios para os países, no entanto, alertam que tal vantagem será suprimida pelo avanço das mudanças climáticas.
No Brasil, com dimensões continentais, temos previsões de extrema preocupação, principalmente no que diz respeito à diminuição da biodiversidade em todos os biomas, à substituição de parte da amazônia pelo cerrado, inundações em todas as regiões, com excessão da região norte, onde a previsão é de redução das chuvas. Esse aumento da pluviosidade será resultado de um desequilíbrio hidrológico, que consiste em períodos de muita chuva intercalados com outros de estiagem.
Resumindo todas as previsões dos cientistas do IPCC, o mundo deve se preparar para o pior, pois, segundo eles, as evidências estão aí, é só analisarmos as mudanças que já estão ocorrendo em diversas partes do globo.
Os céticos
Mas até que ponto todos esses alertas são reais? Devemos nos preocupar com a situação apocalíptica pregada por eles? Uma grande parcela da sociedade acredita que sim, a situação é urgente, e pede medidas extremas agora. Porém, não é uma opinião unânime. Há um grupo de economistas, cientistas, ambientalistas, estudiosos de uma maneira geral, que acreditam que tais previsões são alarmistas e não condizem com a realidade. Os chamados céticos, alegam que há uma má interpretação por parte dos cientistas do IPCC em relação às projeções futuras. A maioria deles concorda que há mudanças ocorrendo, mas discordam da origem das mudanças e das ações que devem ser tomadas em relação às mesmas.
Paulo Artaxo (físico da USP) diz que a ciência ainda não conhece muitos dos processos que são determinantes no sistema climático, resultando em grandes lacunas na nossa compreensão sobre o funcionamento desse sistema, o que traz incertezas inerentes ao entendimento e previsões do que possa vir a acontecer com o clima de nosso planeta nos próximos séculos. Ou seja, como prever mudanças climáticas para os próximos 100 anos se nem ao menos entendemos plenamente o sistema atmosférico de hoje?
Outra vertente que vai de encontro com as informações divulgadas pelo IPCC, é a defendida por Bjorn Lomborg, um economista dinamarquês que já fez parte do relatório, mas que hoje acredita que as medidas propostas não são as mais adequadas para combater a situação. Segundo ele, as mudanças climáticas estão ocorrendo assim como o aquecimento global, porém, não é possível creditar toda a responsabilidade desses eventos à humanidade. No seu livro "The skeptcal environmentalist - measuring the real state of the world", publicado em 2001, através de análises dos mesmos dados utilizados pelos cientistas do IPCC, ele argumenta que a situação não é tão alarmante, e que as inovações tecnológicas serão capazes de reverter o processo das mudanças que estão ocorrendo. Ele ainda diz que as ações no momento devem focar a pesquisa em busca de soluções, e não agir impensadamente em possíveis soluções de longo prazo, sem o devido estudo necessário.
Outro cético que questiona as conclusões alarmistas do IPCC é Colin Robinson, economista, autor do texto "Economics, plitics and climate change: are the sceptics right?". Alguns dos pontos citados pelo economista são que ainda não há provas suficientes de que o Aquecimento global seja realmente resultado das ações antrópicas. Mesmo dentre os cientistas do IPCC, essa afirmação é carregada de dúvidas, e projeções, não há estudos que comprovem a origem do fenômeno.
Ainda segundo ele, os cientistas ainda tem dúvidas se este aquecimento faz parte de um ciclo, assim como tantos outros ciclos de aquecimento e resfriamento da Terra. Se assim for, as ações propostas para evitar as conseqüências podem prejudicar o ciclo, ou até mesmo, interrompê-lo.
Em quem acreditar?
As mudanças climáticas estão acontecendo e isso é fato. Olhemos as camadas de gelo se derretendo, o aumento no número de furacões, e todos os outros alertas feitos e noticiados. Não há como negar. Porém, essas mudanças são localizadas. O planeta é muito grande para afirmarmos que todos estão sendo afetados pelas mudanças climáticas. Estamos diante de uma questão escalar onde, no momento, as análises devem seguir esse padrão de escalas.
Além disso, as dúvidas são muitas. Não há como provar que o Aquecimento global é proveniente das ações antrópicas, ao menos, não completamente. As análises ainda são superficiais.
Enfim, o problema está aí, e as discussões não podem parar. Devemos sempre analisar os mais variados lados possíveis de uma questão, para que possamos tomar decisões conscientes, e não apenas aceitar as informações.
Qual lado é o verdadeiro? Se houvesse um, haveria tantas dúvidas?
Refências
ATUALIDADES VESTIBULAR 2008. Dossiê: aquecimento global. Editora Abril S.A.: São Paulo, SP, 2008.
IPCC, 2007: Summary for Policymakers. In: Climate Change 2007: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [Solomon, S., D. Qin, M. Manning, Z. Chen, M. Marquis, K.B. Averyt, M.Tignor and H.L. Miller (eds.)]. Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA.
ROBINSON, Colin. Economics, pollitics and climate change: are the sceptics right? Julian Hodge Bank lecture, Cardiff, April 2008.
http://www.lomborg.com/ acesso em 08/06/2009, 17:06h.
http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/ acesso em 08/06/2009, 17:13h.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Seminário em Ilhabela tem como tema Unidades de Conservação da Natureza
O seminário será realizado nos dias 29 e 30 de maio (sexta e sábado) no hotel Ilhaflat em Ilhabela. É um tema de extrema relevância para a região, pensando que estamos diante de áreas de vasta biodiversidade animal e vegetal, e com índices de preservação da mata acima da média da Mata Atlântica.
Segue uma nota divulgada pela instituição promotora do evento e o site com maiores informações.
http://www.cedslitoralnorte.org.br/ver_noticia.php?id=28&pag=1
"O Centro de Experimentação em Desenvolvimento Sustentável do Litoral Norte (CEDS), através da parceria com a Universidade Católica de Santos, o ReaLNorte (colegiado com 12 entidades ambientalistas) e a Petrobras, promove nos dias 29 e 30 de maio de 2009 o Seminário Unidades de Conservação da Natureza: Oportunidades para o Desenvolvimento Sustentável do Litoral Norte Paulista.
O evento tem como intuito apresentar os Parques Estaduais, Estação Ecológica, Áreas de Proteção Ambiental e de relevante interesse ecológico, Reservas Particulares do Patrimônio Ecológico, promovendo maior aproximação e diálogo com a sociedade, em busca da sustentabilidade ambiental de nossa região."
Espero encontrar conhecidos no evento. Estarei lá. Abraços!!!
Segue uma nota divulgada pela instituição promotora do evento e o site com maiores informações.
http://www.cedslitoralnorte.org.br/ver_noticia.php?id=28&pag=1
"O Centro de Experimentação em Desenvolvimento Sustentável do Litoral Norte (CEDS), através da parceria com a Universidade Católica de Santos, o ReaLNorte (colegiado com 12 entidades ambientalistas) e a Petrobras, promove nos dias 29 e 30 de maio de 2009 o Seminário Unidades de Conservação da Natureza: Oportunidades para o Desenvolvimento Sustentável do Litoral Norte Paulista.
O evento tem como intuito apresentar os Parques Estaduais, Estação Ecológica, Áreas de Proteção Ambiental e de relevante interesse ecológico, Reservas Particulares do Patrimônio Ecológico, promovendo maior aproximação e diálogo com a sociedade, em busca da sustentabilidade ambiental de nossa região."
Espero encontrar conhecidos no evento. Estarei lá. Abraços!!!
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Veríssimo
Gosto muito do Luis Fernando Veríssimo.
Meu irmão (que também é da Geografia) me mandou uma "tirinha" do Veríssimo que compartilho nesse momento.
Achei apropriado, pois se relaciona com a nossa "querida" superpotência atual que tanto "adoramos", e que atua tão "belamente" na geopolítica contemporânea.
VERISSIMO, Luis F. As cobras. São Paulo Objetiva, 2005. 55p.
terça-feira, 19 de maio de 2009
Geopolítica
Alguns alunos pediram para que eu postasse assuntos relacionados à matéria da primeira série do ensino médio. Sendo assim, como no momento estamos estudando "a ordem mundial", ou "desordem mundial", ou ainda "nova ordem mundial", coloco uma reflexão sobre Geopolítica, feita pelo geógrafo José William Vesentini em sua webpage (www.geocritica.com.br). É apenas um trecho do texto, mas resume a diferença que há entre Geografia Política e Geopolítica. Para os interessados, acessem o site e ampliem o entendimento do cenário mundial atual.
"[...] a palavra geopolítica não é uma simples contração de geografia política, como pensam alguns, mas sim algo que diz respeito às disputas de poder no espaço mundial e que, como a noção de PODER já o diz (poder implica em dominação, via Estado ou não, em relações de assimetria enfim, que podem ser culturais, sexuais, econômicas, repressivas e/ou militares, etc.), não é exclusivo da geografia. (Embora também seja algo por ela estudado). A geografia política, dessa forma, também se ocupa da geopolítica, embora seja uma ciência (ou melhor, uma modalidade da ciência geográfica) que estuda vários outros temas ou problemas. Exemplificando, podemos lembrar que a geografia também leva em conta a questão ambiental, embora esta não seja uma temática exclusivamente geográfica (outras ciências -- tais como a biologia, a geologia, a antropologia, a história, etc. -- também abordam essa questão). Mas a geografia -- da mesma forma que as outras ciências mencionadas -- não se identifica exclusivamente com essa questão, pois ela também procura explicar outras temáticas que não são rigorosamente ambientais tais como, por exemplo, a história do pensamento geográfico, a geografia eleitoral, os métodos cartográficos, etc."
Abraços geográficos...
"[...] a palavra geopolítica não é uma simples contração de geografia política, como pensam alguns, mas sim algo que diz respeito às disputas de poder no espaço mundial e que, como a noção de PODER já o diz (poder implica em dominação, via Estado ou não, em relações de assimetria enfim, que podem ser culturais, sexuais, econômicas, repressivas e/ou militares, etc.), não é exclusivo da geografia. (Embora também seja algo por ela estudado). A geografia política, dessa forma, também se ocupa da geopolítica, embora seja uma ciência (ou melhor, uma modalidade da ciência geográfica) que estuda vários outros temas ou problemas. Exemplificando, podemos lembrar que a geografia também leva em conta a questão ambiental, embora esta não seja uma temática exclusivamente geográfica (outras ciências -- tais como a biologia, a geologia, a antropologia, a história, etc. -- também abordam essa questão). Mas a geografia -- da mesma forma que as outras ciências mencionadas -- não se identifica exclusivamente com essa questão, pois ela também procura explicar outras temáticas que não são rigorosamente ambientais tais como, por exemplo, a história do pensamento geográfico, a geografia eleitoral, os métodos cartográficos, etc."
Abraços geográficos...
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Portal do Exportador
Navegando pela internet hoje, encontrei por acaso um site relacionado ao tema que será trabalhado na segunda série do ensino médio nas próximas semanas: Comércio Exterior.
O Portal do Exportador traz várias informações relacionadas, como tratados internacionais, legislação, estatísticas, que dão um panorama da situação brasileira em suas relações comerciais internacionais.
É um bom passa tempo navegar por essas informações.
Segue o link
http://www.portaldoexportador.gov.br/
Abraços...
O Portal do Exportador traz várias informações relacionadas, como tratados internacionais, legislação, estatísticas, que dão um panorama da situação brasileira em suas relações comerciais internacionais.
É um bom passa tempo navegar por essas informações.
Segue o link
http://www.portaldoexportador.gov.br/
Abraços...
terça-feira, 28 de abril de 2009
... Eras depois ...
Enfim retorno ao blog. Havia comentado que seria difícil mantê-lo atualizado. Não imaginei que aconteceria tão cedo. Mas foi por motivo de força maior. Meu computador ficou "doente" (ainda não está totalmente curado).
Sem mais delongas, segue uma reflexão:
"[...] não basta notar que as relações de comunicação são, de modo inseparável, sempre relações de poder que dependem, na forma e conteúdo, do poder material ou simbólico acumulado pelos agentes (ou pelas instituições) envolvidos nessas relações e que [...] podem permitir acumular poder simbólico. É enquanto instrumentos estruturados e estruturantes de comunicação e de conhecimento que os ‘sistemas simbólicos’ cumprem a sua função política de instrumentos de imposição ou de legitimação da dominação, que contribuem para assegurar a dominação de uma classe sobre outra (violência simbólica) dando o reforço da sua própria força às relações de força que as fundamentam e contribuindo assim, segundo a expressão de Weber, para a ‘domesticação dos dominados’".
Esse texto é de Pierre Bordieu, e se encontra no livro O poder simbólico. de 1989, mas foi retirado do texto de Jorge Luiz Barcellos da Silva e Nestor André Kaercher, num livro organizado por Jörn Seemann, chamado A aventura cartográfica, de 2005.
É uma afirmação bastante forte e com grande significado. Nos adverte sobre o poder que a informação exerce sobre as pessoas e, principalmente, sobre a classe dominada. O fragmento do texto nos leva a refletir sobre o assunto sobre diversos aspectos. No momento prefiro apenas instigar esta reflexão, sem tecer comentários.
Abraços a todos, espero voltar em breve.
Sem mais delongas, segue uma reflexão:
"[...] não basta notar que as relações de comunicação são, de modo inseparável, sempre relações de poder que dependem, na forma e conteúdo, do poder material ou simbólico acumulado pelos agentes (ou pelas instituições) envolvidos nessas relações e que [...] podem permitir acumular poder simbólico. É enquanto instrumentos estruturados e estruturantes de comunicação e de conhecimento que os ‘sistemas simbólicos’ cumprem a sua função política de instrumentos de imposição ou de legitimação da dominação, que contribuem para assegurar a dominação de uma classe sobre outra (violência simbólica) dando o reforço da sua própria força às relações de força que as fundamentam e contribuindo assim, segundo a expressão de Weber, para a ‘domesticação dos dominados’".
Esse texto é de Pierre Bordieu, e se encontra no livro O poder simbólico. de 1989, mas foi retirado do texto de Jorge Luiz Barcellos da Silva e Nestor André Kaercher, num livro organizado por Jörn Seemann, chamado A aventura cartográfica, de 2005.
É uma afirmação bastante forte e com grande significado. Nos adverte sobre o poder que a informação exerce sobre as pessoas e, principalmente, sobre a classe dominada. O fragmento do texto nos leva a refletir sobre o assunto sobre diversos aspectos. No momento prefiro apenas instigar esta reflexão, sem tecer comentários.
Abraços a todos, espero voltar em breve.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Temporariamente sem "postagens"
Boa noite a todos,
Sinto informar que ficarei alguns dias sem "postar" nada no blog.
O motivo é que estou temporariamente sem internet em minha casa, e tenho dificuldade de acesso à internet em outros locais.
Resolverei o problema o mais rápido possível, e logo estarei no "ar" novamente.
Grato,
Hugo Leonardo Marandola
Sinto informar que ficarei alguns dias sem "postar" nada no blog.
O motivo é que estou temporariamente sem internet em minha casa, e tenho dificuldade de acesso à internet em outros locais.
Resolverei o problema o mais rápido possível, e logo estarei no "ar" novamente.
Grato,
Hugo Leonardo Marandola
segunda-feira, 30 de março de 2009
BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China)
Jim O'Neill criou a sigla em 2001, e previu que estes países farão parte do centro de um mundo multipolar até 2050.
Diante da crise econômica atual, as previsões de O'Neill parecem mais reais em certos aspectos.
Os países do BRIC têm demonstrado maior estabilidade na crise, sofrendo menos que os países desenvolvidos (membros do G-7), e já mostrando alguns sinais de recuperação, principalmente por parte da China.
Os 4 países juntos chegam a incrível cifra de quase 40% da população mundial, e um crescente aumento no poder de consumo de sua população, o que faz destes países um enorme mercado consumidor, movimentando a economia mundial.
Mudanças no cenário mundial estão por vir, se serão estas previsões de O'Neill, é difícil saber, mas, se for, como disse o economista francês Françoise Nicolas, "será um mundo multipolar bizarro. Os BRIC serão superpotências pobres com mais peso econômico, mas o discurso ainda não estará no mesmo nível dos países ricos".
Isso porque mesmo com a elevação do PIB per capita dos BRICs, mesmo em 2050 esse valor será pelo menos a metade do que é nos EUA por exemplo, justificando o termo "superpotências pobres".
Outro comentário interessante sobre o posicionamento dos países emergentes, é feito por Thomas Klau, que destaca a volatilidade ainda existente nos BRICs, pois "eles querem ter maior poder de decisão e, ao mesmo tempo, em certas questões como o meio ambiente, querem continuar a ser tratados como países emergentes, que não podem cumprir as mesmas exigências dos ricos".
Enfim, estamos vivendo tempos de mudanças econômicas e políticas. Ainda é cedo para dizer que rumo essas mudanças tomarão, mas é necessário estar atento aos acontecimentos mundiais, como a reunião do G-20 que acontece em Londres em breve, para entender a dinâmica do mundo em que vivemos, e nos preparar para os tempos futuros.
Os comentários dos cientistas citados acima foram retirados do site da BBCBrasil.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_bricsabertura_ss.shtml
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_entrevista_jimoneill_rw.shtml
Diante da crise econômica atual, as previsões de O'Neill parecem mais reais em certos aspectos.
Os países do BRIC têm demonstrado maior estabilidade na crise, sofrendo menos que os países desenvolvidos (membros do G-7), e já mostrando alguns sinais de recuperação, principalmente por parte da China.
Os 4 países juntos chegam a incrível cifra de quase 40% da população mundial, e um crescente aumento no poder de consumo de sua população, o que faz destes países um enorme mercado consumidor, movimentando a economia mundial.
Mudanças no cenário mundial estão por vir, se serão estas previsões de O'Neill, é difícil saber, mas, se for, como disse o economista francês Françoise Nicolas, "será um mundo multipolar bizarro. Os BRIC serão superpotências pobres com mais peso econômico, mas o discurso ainda não estará no mesmo nível dos países ricos".
Isso porque mesmo com a elevação do PIB per capita dos BRICs, mesmo em 2050 esse valor será pelo menos a metade do que é nos EUA por exemplo, justificando o termo "superpotências pobres".
Outro comentário interessante sobre o posicionamento dos países emergentes, é feito por Thomas Klau, que destaca a volatilidade ainda existente nos BRICs, pois "eles querem ter maior poder de decisão e, ao mesmo tempo, em certas questões como o meio ambiente, querem continuar a ser tratados como países emergentes, que não podem cumprir as mesmas exigências dos ricos".
Enfim, estamos vivendo tempos de mudanças econômicas e políticas. Ainda é cedo para dizer que rumo essas mudanças tomarão, mas é necessário estar atento aos acontecimentos mundiais, como a reunião do G-20 que acontece em Londres em breve, para entender a dinâmica do mundo em que vivemos, e nos preparar para os tempos futuros.
Os comentários dos cientistas citados acima foram retirados do site da BBCBrasil.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_bricsabertura_ss.shtml
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_entrevista_jimoneill_rw.shtml
sábado, 28 de março de 2009
Enfim, um mapa!
Bom, um blog com o nome "Caderno de Mapas" sem mapas, fica estranho né. Sendo assim, escolhi um mapa de meu Estado de origem para estrear.
Misturado à nostalgia de meu antigo Estado está a utopia de como gostaria que as ferrovias tivessem sido priorizadas no passado e não as rodovias.
Segue a descrição do mapa da "Coletânea de Mapas Históricos do Paraná", disponível no site http://www.itcg.pr.gov.br/arquivos/livro/mapas_iap2.html
"Este poderia ser considerado o mapa das utopias. O sucesso que as novas estradas de ferro estavam proporcionando em São Paulo e no resto do Brasil, levou o Governo Federal e os dos Estados a sonharem com a multiplicação das ferrovias no extenso território brasileiro. Não dispondo de verbas para construí-las, apelaram para concessões de ramais fantásticos a particulares, esperando desta forma um verdadeiro milagre, isto é, a sua efetiva concretização.
Surgem então no Paraná várias concessões visando à realização de quiméricos projetos, que estão representadas no mapa:
a) Guaratuba a Barracão, ligando o litoral com a Argentina;
b) Rio Negro a Foz do Iguaçu, passando por Guarapuava;
c) Ponta Grossa a Guairá, pelo vale do Piquiri;
d) Guarapuava e Mato Grosso, pelo divisor Piquiri-Ivaí;
e) Antonina e Mato Grosso, via Serro Azul e Castro;
f) Ponta Grossa ao Paranapanema, com um ramal nas margens do Tibagi e outro pelo Laranjinha;
g) Jacarezinho às Sete Quedas, ramal concedido à Sorocabana pelo Governo Federal.
Em 1924, o historiador Romário Martins visitou o Norte Pioneiro. Tomando conhecimento da realidade econômica e humana da região, conclui que o maior problema do Paraná era a integração do seu território. Esclarecia que antes andava pleiteando e sonhando com ferrovias transparanaenses, que ligassem o mar oceano ao mar fluvial. Eram futurismos poéticos e generosos."
Ao menos, um dia chegaram a sonhar com as ferrovias.
quinta-feira, 26 de março de 2009
"Cadernos Coloniais"
Me deparei hoje com um site interessantíssimo. "Memoria de África" da Fundação Portugal África, do governo de Portugal.
O site disponibiliza vários ensaios, livros, entre outras publicações referentes ao período colonial africano. É um material riquíssimo, com originais disponíveis para download.
Comecei a ver algumas das publicações e me interessei pelos "Cadernos Coloniais". Segue a descrição,
"Os Cadernos Coloniais são uma colecção com setenta livros publicados pelas Edições Cosmos entre 1935 e 1941.
Abrangeram as diversas colónias, que na altura formavam o Império Português, e os grandes obreiros dessa obra colonizadora."
Resolvi abrir um dos 70 números, o 15º, com um título que me chamou a atenção "Ninho de Bárbaros", mas que começa com uma descrição maravilhosa do Planalto de Angola, que segue o texto:
"Bichos da terra e da agua
Moxico. Planalto de Angola. Mil quilômetros distante do Atlântico. Mil e trezentos metros de altitude. Região de florestas, de rios, de desertos – de desertos perdidos na floresta desmedida.
O pais da floresta abraça conchas de lagos e estendais de anháras, que recortam vasios no atagulhamento das ramarias, que mancham com berrantes dedadas de tintas a sucessão uniforme dos verdes atapetados na terra.
Que são as anháras? Desertos. Desertos absortos no horror da desolação, mas maneirinhos no tamanho, onde se entra sem mais aquélas, donde se volta sem cerimônias. Talvez sejam leitos de velhos lagos lendarios, evaporados em tempos remotos, perdidos até na memoria das gentes. Foram-se as aguas e deixaram à torreira chãs maninhas, de entranhas tão avaras que não gestam arvore nem vigoroso arbusto, que não toleram a medrança de raiz gulosa.
Vai-se pela floresta fóra imerso em verdes de arvores e matagais. De repende, num corte brusco que nenhuma transição acentua, cessa totalmente o arvoredo e a grenha arbusticia. Como em superficies liquidas os olhos chapam-se na imensas planicies razas, vestidinhas da chita dum capinzal rasteiro, de ervagens ligeiras e manas como as que brotam das terras semeadas de trigo, menos espigadas que a messe bravia colhida da monda. Sobre as hastes flexiveis o vento espreguiça-se, marca as ondulações que aprendeu quando roçou o dorso das benditas searas do pão."
Fonte: ARCHER, Maria. Ninho de Bárbaros. Cadernos Coloniais, n.15, Editorial Cosmos, Lisboa, Portugal, p.3-4.
Disponível em <http://memoria-africa.ua.pt/Digital_Show.aspx?q=/CadernosColoniais/CadernosColoniais-N15&p=1>.
Eu iria colocar uma imagem de satélite do Google Earth da região, porém, minha internet está MUITO lenta. Sendo assim, quem se interessar, entre no programa, procure por Angola e observe a fronteira desse país com Zâmbia. Aí está a região descrita no trecho acima.
Abraços geográficos!
O site disponibiliza vários ensaios, livros, entre outras publicações referentes ao período colonial africano. É um material riquíssimo, com originais disponíveis para download.
Comecei a ver algumas das publicações e me interessei pelos "Cadernos Coloniais". Segue a descrição,
"Os Cadernos Coloniais são uma colecção com setenta livros publicados pelas Edições Cosmos entre 1935 e 1941.
Abrangeram as diversas colónias, que na altura formavam o Império Português, e os grandes obreiros dessa obra colonizadora."
Resolvi abrir um dos 70 números, o 15º, com um título que me chamou a atenção "Ninho de Bárbaros", mas que começa com uma descrição maravilhosa do Planalto de Angola, que segue o texto:
"Bichos da terra e da agua
Moxico. Planalto de Angola. Mil quilômetros distante do Atlântico. Mil e trezentos metros de altitude. Região de florestas, de rios, de desertos – de desertos perdidos na floresta desmedida.
O pais da floresta abraça conchas de lagos e estendais de anháras, que recortam vasios no atagulhamento das ramarias, que mancham com berrantes dedadas de tintas a sucessão uniforme dos verdes atapetados na terra.
Que são as anháras? Desertos. Desertos absortos no horror da desolação, mas maneirinhos no tamanho, onde se entra sem mais aquélas, donde se volta sem cerimônias. Talvez sejam leitos de velhos lagos lendarios, evaporados em tempos remotos, perdidos até na memoria das gentes. Foram-se as aguas e deixaram à torreira chãs maninhas, de entranhas tão avaras que não gestam arvore nem vigoroso arbusto, que não toleram a medrança de raiz gulosa.
Vai-se pela floresta fóra imerso em verdes de arvores e matagais. De repende, num corte brusco que nenhuma transição acentua, cessa totalmente o arvoredo e a grenha arbusticia. Como em superficies liquidas os olhos chapam-se na imensas planicies razas, vestidinhas da chita dum capinzal rasteiro, de ervagens ligeiras e manas como as que brotam das terras semeadas de trigo, menos espigadas que a messe bravia colhida da monda. Sobre as hastes flexiveis o vento espreguiça-se, marca as ondulações que aprendeu quando roçou o dorso das benditas searas do pão."
Fonte: ARCHER, Maria. Ninho de Bárbaros. Cadernos Coloniais, n.15, Editorial Cosmos, Lisboa, Portugal, p.3-4.
Disponível em <http://memoria-africa.ua.pt/Digital_Show.aspx?q=/CadernosColoniais/CadernosColoniais-N15&p=1>.
Eu iria colocar uma imagem de satélite do Google Earth da região, porém, minha internet está MUITO lenta. Sendo assim, quem se interessar, entre no programa, procure por Angola e observe a fronteira desse país com Zâmbia. Aí está a região descrita no trecho acima.
Abraços geográficos!
quarta-feira, 25 de março de 2009
"Mr. Obama"
Assim os norte americanos o chamam.
Ontem, o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, fez uma conferência na Casa Branca, despertando algumas críticas da oposição, porém, reforçando mais uma vez a confiança que todos vêm depositando no primeiro presidente negro da história dos EUA.
O mundo espera que Obama "salve a América". Solucione a crise, acabe com o déficit de 1.3 trilhões de dólares deixado pelo ex-presidente, e alguns mais sensacionalistas talvez digam que ele salvará o mundo. Desde sua campanha, isso tem me preocupado e, particularmente não vi, ao menos nos jornais, preocupação semelhante. Todos esperam muito do presidente dos EUA, e se ele não corresponder às expectativas, quais serão as consequências? O que será do mundo se Obama não salvá-lo?
Não podemos esquecer que ele é apenas mais uma peça no tabuleiro, sem dúvida, uma peça importante, mas não única, não a última.
O que me animou nesse último discurso de "Mr. Obama" foi sua consciência da realidade. Ele reconheceu a pressão que está sofrendo, disse que está sendo julgado pelo povo norte americano (eu diria pelo mundo), e que todos esperam que ele crie empregos, traga mais liquides para o mercado financeiro, enfim, mantenha a América a salvo.
Vamos esperar os próximos passos de Obama, e torcer para que ele não se perca.
As informações são do "The New York Times".
Ontem, o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, fez uma conferência na Casa Branca, despertando algumas críticas da oposição, porém, reforçando mais uma vez a confiança que todos vêm depositando no primeiro presidente negro da história dos EUA.
O mundo espera que Obama "salve a América". Solucione a crise, acabe com o déficit de 1.3 trilhões de dólares deixado pelo ex-presidente, e alguns mais sensacionalistas talvez digam que ele salvará o mundo. Desde sua campanha, isso tem me preocupado e, particularmente não vi, ao menos nos jornais, preocupação semelhante. Todos esperam muito do presidente dos EUA, e se ele não corresponder às expectativas, quais serão as consequências? O que será do mundo se Obama não salvá-lo?
Não podemos esquecer que ele é apenas mais uma peça no tabuleiro, sem dúvida, uma peça importante, mas não única, não a última.
O que me animou nesse último discurso de "Mr. Obama" foi sua consciência da realidade. Ele reconheceu a pressão que está sofrendo, disse que está sendo julgado pelo povo norte americano (eu diria pelo mundo), e que todos esperam que ele crie empregos, traga mais liquides para o mercado financeiro, enfim, mantenha a América a salvo.
Vamos esperar os próximos passos de Obama, e torcer para que ele não se perca.
As informações são do "The New York Times".
terça-feira, 24 de março de 2009
"Clube Mundo"
Uma dica rápida.
O "Clube Mundo" é uma publicação destinada especificamente aos alunos. Mas, os professores podem aproveitar esse site para divulgar textos simples e de fácil contextualização para nossos "queridinhos".
Alguns detalhes valem ser salientados, como o tempo de existência, afinal, já são 10 anos de publicações, e com participação de nomes importantes no cenário da "Geografia didática", como Demétrio Magnoli, que já escreveu vários livros didáticos.
Destaco a "Revista Pangea: quinzenário de política, economia e cultura", que traz textos rápidos e objetivos sobre temas atuais.
Vale a pena consultar o site:
http://www.clubemundo.com.br/default.asp
Abraços geográficos.
O "Clube Mundo" é uma publicação destinada especificamente aos alunos. Mas, os professores podem aproveitar esse site para divulgar textos simples e de fácil contextualização para nossos "queridinhos".
Alguns detalhes valem ser salientados, como o tempo de existência, afinal, já são 10 anos de publicações, e com participação de nomes importantes no cenário da "Geografia didática", como Demétrio Magnoli, que já escreveu vários livros didáticos.
Destaco a "Revista Pangea: quinzenário de política, economia e cultura", que traz textos rápidos e objetivos sobre temas atuais.
Vale a pena consultar o site:
http://www.clubemundo.com.br/default.asp
Abraços geográficos.
A primeira agente nunca esquece!!!
Saudações geográficas!
Gostaria de expressar aqui minhas intenções com a criação do "Caderno de Mapas".
Desde o ano passado, quando comecei a lecionar, penso numa forma de maior interação extra-classe com meus alunos. Conheço alguns professores que já utilizam o blog com esse objetivo, mas eu insistia em procurar outras formas de interação, sem sucesso. Enfim, decidi dar início a um projeto que, com certeza, me tomará um bom tempo.
Porém, acho que será um tempo bem gasto se atingir meus objetivos. Espero que alunos e pessoas interessadas tirem proveito das postagens e das discussões geradas a partir delas.
Sem mais, sigo com o link de uma notícia divulgada pela BBC Brasil, que destaca a situação dos países que compõem o G20 (grupo dos 20 países mais industrializados do mundo) e que se reunirão em abril. O momento é de extrema importância, principalmente para o Brasil, pois temos um cenário único na história, onde teremos abertura para a discussão sobre os passos que devem ser tomados para o combate à crise econômica que assola o mundo.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/lg/noticias/2009/03/090304_g20_mapagd.shtml
Obrigado pela atenção e tempo despendidos.
Gostaria de expressar aqui minhas intenções com a criação do "Caderno de Mapas".
Desde o ano passado, quando comecei a lecionar, penso numa forma de maior interação extra-classe com meus alunos. Conheço alguns professores que já utilizam o blog com esse objetivo, mas eu insistia em procurar outras formas de interação, sem sucesso. Enfim, decidi dar início a um projeto que, com certeza, me tomará um bom tempo.
Porém, acho que será um tempo bem gasto se atingir meus objetivos. Espero que alunos e pessoas interessadas tirem proveito das postagens e das discussões geradas a partir delas.
Sem mais, sigo com o link de uma notícia divulgada pela BBC Brasil, que destaca a situação dos países que compõem o G20 (grupo dos 20 países mais industrializados do mundo) e que se reunirão em abril. O momento é de extrema importância, principalmente para o Brasil, pois temos um cenário único na história, onde teremos abertura para a discussão sobre os passos que devem ser tomados para o combate à crise econômica que assola o mundo.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/lg/noticias/2009/03/090304_g20_mapagd.shtml
Obrigado pela atenção e tempo despendidos.
Assinar:
Postagens (Atom)