Jim O'Neill criou a sigla em 2001, e previu que estes países farão parte do centro de um mundo multipolar até 2050.
Diante da crise econômica atual, as previsões de O'Neill parecem mais reais em certos aspectos.
Os países do BRIC têm demonstrado maior estabilidade na crise, sofrendo menos que os países desenvolvidos (membros do G-7), e já mostrando alguns sinais de recuperação, principalmente por parte da China.
Os 4 países juntos chegam a incrível cifra de quase 40% da população mundial, e um crescente aumento no poder de consumo de sua população, o que faz destes países um enorme mercado consumidor, movimentando a economia mundial.
Mudanças no cenário mundial estão por vir, se serão estas previsões de O'Neill, é difícil saber, mas, se for, como disse o economista francês Françoise Nicolas, "será um mundo multipolar bizarro. Os BRIC serão superpotências pobres com mais peso econômico, mas o discurso ainda não estará no mesmo nível dos países ricos".
Isso porque mesmo com a elevação do PIB per capita dos BRICs, mesmo em 2050 esse valor será pelo menos a metade do que é nos EUA por exemplo, justificando o termo "superpotências pobres".
Outro comentário interessante sobre o posicionamento dos países emergentes, é feito por Thomas Klau, que destaca a volatilidade ainda existente nos BRICs, pois "eles querem ter maior poder de decisão e, ao mesmo tempo, em certas questões como o meio ambiente, querem continuar a ser tratados como países emergentes, que não podem cumprir as mesmas exigências dos ricos".
Enfim, estamos vivendo tempos de mudanças econômicas e políticas. Ainda é cedo para dizer que rumo essas mudanças tomarão, mas é necessário estar atento aos acontecimentos mundiais, como a reunião do G-20 que acontece em Londres em breve, para entender a dinâmica do mundo em que vivemos, e nos preparar para os tempos futuros.
Os comentários dos cientistas citados acima foram retirados do site da BBCBrasil.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_bricsabertura_ss.shtml
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_entrevista_jimoneill_rw.shtml
O “Caderno de Mapas” tem como objetivo divulgar e ampliar o conhecimento geográfico como um todo. É voltado para alunos, ex-alunos e pessoas interessadas, que anseiam por espaços de discussão mais abertos. Outro foco do blog é divulgar material de suporte para o conhecimento geográfico no contexto escolar, incluindo notícias, fragmentos de textos e livros, charges, entre outros.
segunda-feira, 30 de março de 2009
sábado, 28 de março de 2009
Enfim, um mapa!
Bom, um blog com o nome "Caderno de Mapas" sem mapas, fica estranho né. Sendo assim, escolhi um mapa de meu Estado de origem para estrear.
Misturado à nostalgia de meu antigo Estado está a utopia de como gostaria que as ferrovias tivessem sido priorizadas no passado e não as rodovias.
Segue a descrição do mapa da "Coletânea de Mapas Históricos do Paraná", disponível no site http://www.itcg.pr.gov.br/arquivos/livro/mapas_iap2.html
"Este poderia ser considerado o mapa das utopias. O sucesso que as novas estradas de ferro estavam proporcionando em São Paulo e no resto do Brasil, levou o Governo Federal e os dos Estados a sonharem com a multiplicação das ferrovias no extenso território brasileiro. Não dispondo de verbas para construí-las, apelaram para concessões de ramais fantásticos a particulares, esperando desta forma um verdadeiro milagre, isto é, a sua efetiva concretização.
Surgem então no Paraná várias concessões visando à realização de quiméricos projetos, que estão representadas no mapa:
a) Guaratuba a Barracão, ligando o litoral com a Argentina;
b) Rio Negro a Foz do Iguaçu, passando por Guarapuava;
c) Ponta Grossa a Guairá, pelo vale do Piquiri;
d) Guarapuava e Mato Grosso, pelo divisor Piquiri-Ivaí;
e) Antonina e Mato Grosso, via Serro Azul e Castro;
f) Ponta Grossa ao Paranapanema, com um ramal nas margens do Tibagi e outro pelo Laranjinha;
g) Jacarezinho às Sete Quedas, ramal concedido à Sorocabana pelo Governo Federal.
Em 1924, o historiador Romário Martins visitou o Norte Pioneiro. Tomando conhecimento da realidade econômica e humana da região, conclui que o maior problema do Paraná era a integração do seu território. Esclarecia que antes andava pleiteando e sonhando com ferrovias transparanaenses, que ligassem o mar oceano ao mar fluvial. Eram futurismos poéticos e generosos."
Ao menos, um dia chegaram a sonhar com as ferrovias.
quinta-feira, 26 de março de 2009
"Cadernos Coloniais"
Me deparei hoje com um site interessantíssimo. "Memoria de África" da Fundação Portugal África, do governo de Portugal.
O site disponibiliza vários ensaios, livros, entre outras publicações referentes ao período colonial africano. É um material riquíssimo, com originais disponíveis para download.
Comecei a ver algumas das publicações e me interessei pelos "Cadernos Coloniais". Segue a descrição,
"Os Cadernos Coloniais são uma colecção com setenta livros publicados pelas Edições Cosmos entre 1935 e 1941.
Abrangeram as diversas colónias, que na altura formavam o Império Português, e os grandes obreiros dessa obra colonizadora."
Resolvi abrir um dos 70 números, o 15º, com um título que me chamou a atenção "Ninho de Bárbaros", mas que começa com uma descrição maravilhosa do Planalto de Angola, que segue o texto:
"Bichos da terra e da agua
Moxico. Planalto de Angola. Mil quilômetros distante do Atlântico. Mil e trezentos metros de altitude. Região de florestas, de rios, de desertos – de desertos perdidos na floresta desmedida.
O pais da floresta abraça conchas de lagos e estendais de anháras, que recortam vasios no atagulhamento das ramarias, que mancham com berrantes dedadas de tintas a sucessão uniforme dos verdes atapetados na terra.
Que são as anháras? Desertos. Desertos absortos no horror da desolação, mas maneirinhos no tamanho, onde se entra sem mais aquélas, donde se volta sem cerimônias. Talvez sejam leitos de velhos lagos lendarios, evaporados em tempos remotos, perdidos até na memoria das gentes. Foram-se as aguas e deixaram à torreira chãs maninhas, de entranhas tão avaras que não gestam arvore nem vigoroso arbusto, que não toleram a medrança de raiz gulosa.
Vai-se pela floresta fóra imerso em verdes de arvores e matagais. De repende, num corte brusco que nenhuma transição acentua, cessa totalmente o arvoredo e a grenha arbusticia. Como em superficies liquidas os olhos chapam-se na imensas planicies razas, vestidinhas da chita dum capinzal rasteiro, de ervagens ligeiras e manas como as que brotam das terras semeadas de trigo, menos espigadas que a messe bravia colhida da monda. Sobre as hastes flexiveis o vento espreguiça-se, marca as ondulações que aprendeu quando roçou o dorso das benditas searas do pão."
Fonte: ARCHER, Maria. Ninho de Bárbaros. Cadernos Coloniais, n.15, Editorial Cosmos, Lisboa, Portugal, p.3-4.
Disponível em <http://memoria-africa.ua.pt/Digital_Show.aspx?q=/CadernosColoniais/CadernosColoniais-N15&p=1>.
Eu iria colocar uma imagem de satélite do Google Earth da região, porém, minha internet está MUITO lenta. Sendo assim, quem se interessar, entre no programa, procure por Angola e observe a fronteira desse país com Zâmbia. Aí está a região descrita no trecho acima.
Abraços geográficos!
O site disponibiliza vários ensaios, livros, entre outras publicações referentes ao período colonial africano. É um material riquíssimo, com originais disponíveis para download.
Comecei a ver algumas das publicações e me interessei pelos "Cadernos Coloniais". Segue a descrição,
"Os Cadernos Coloniais são uma colecção com setenta livros publicados pelas Edições Cosmos entre 1935 e 1941.
Abrangeram as diversas colónias, que na altura formavam o Império Português, e os grandes obreiros dessa obra colonizadora."
Resolvi abrir um dos 70 números, o 15º, com um título que me chamou a atenção "Ninho de Bárbaros", mas que começa com uma descrição maravilhosa do Planalto de Angola, que segue o texto:
"Bichos da terra e da agua
Moxico. Planalto de Angola. Mil quilômetros distante do Atlântico. Mil e trezentos metros de altitude. Região de florestas, de rios, de desertos – de desertos perdidos na floresta desmedida.
O pais da floresta abraça conchas de lagos e estendais de anháras, que recortam vasios no atagulhamento das ramarias, que mancham com berrantes dedadas de tintas a sucessão uniforme dos verdes atapetados na terra.
Que são as anháras? Desertos. Desertos absortos no horror da desolação, mas maneirinhos no tamanho, onde se entra sem mais aquélas, donde se volta sem cerimônias. Talvez sejam leitos de velhos lagos lendarios, evaporados em tempos remotos, perdidos até na memoria das gentes. Foram-se as aguas e deixaram à torreira chãs maninhas, de entranhas tão avaras que não gestam arvore nem vigoroso arbusto, que não toleram a medrança de raiz gulosa.
Vai-se pela floresta fóra imerso em verdes de arvores e matagais. De repende, num corte brusco que nenhuma transição acentua, cessa totalmente o arvoredo e a grenha arbusticia. Como em superficies liquidas os olhos chapam-se na imensas planicies razas, vestidinhas da chita dum capinzal rasteiro, de ervagens ligeiras e manas como as que brotam das terras semeadas de trigo, menos espigadas que a messe bravia colhida da monda. Sobre as hastes flexiveis o vento espreguiça-se, marca as ondulações que aprendeu quando roçou o dorso das benditas searas do pão."
Fonte: ARCHER, Maria. Ninho de Bárbaros. Cadernos Coloniais, n.15, Editorial Cosmos, Lisboa, Portugal, p.3-4.
Disponível em <http://memoria-africa.ua.pt/Digital_Show.aspx?q=/CadernosColoniais/CadernosColoniais-N15&p=1>.
Eu iria colocar uma imagem de satélite do Google Earth da região, porém, minha internet está MUITO lenta. Sendo assim, quem se interessar, entre no programa, procure por Angola e observe a fronteira desse país com Zâmbia. Aí está a região descrita no trecho acima.
Abraços geográficos!
quarta-feira, 25 de março de 2009
"Mr. Obama"
Assim os norte americanos o chamam.
Ontem, o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, fez uma conferência na Casa Branca, despertando algumas críticas da oposição, porém, reforçando mais uma vez a confiança que todos vêm depositando no primeiro presidente negro da história dos EUA.
O mundo espera que Obama "salve a América". Solucione a crise, acabe com o déficit de 1.3 trilhões de dólares deixado pelo ex-presidente, e alguns mais sensacionalistas talvez digam que ele salvará o mundo. Desde sua campanha, isso tem me preocupado e, particularmente não vi, ao menos nos jornais, preocupação semelhante. Todos esperam muito do presidente dos EUA, e se ele não corresponder às expectativas, quais serão as consequências? O que será do mundo se Obama não salvá-lo?
Não podemos esquecer que ele é apenas mais uma peça no tabuleiro, sem dúvida, uma peça importante, mas não única, não a última.
O que me animou nesse último discurso de "Mr. Obama" foi sua consciência da realidade. Ele reconheceu a pressão que está sofrendo, disse que está sendo julgado pelo povo norte americano (eu diria pelo mundo), e que todos esperam que ele crie empregos, traga mais liquides para o mercado financeiro, enfim, mantenha a América a salvo.
Vamos esperar os próximos passos de Obama, e torcer para que ele não se perca.
As informações são do "The New York Times".
Ontem, o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, fez uma conferência na Casa Branca, despertando algumas críticas da oposição, porém, reforçando mais uma vez a confiança que todos vêm depositando no primeiro presidente negro da história dos EUA.
O mundo espera que Obama "salve a América". Solucione a crise, acabe com o déficit de 1.3 trilhões de dólares deixado pelo ex-presidente, e alguns mais sensacionalistas talvez digam que ele salvará o mundo. Desde sua campanha, isso tem me preocupado e, particularmente não vi, ao menos nos jornais, preocupação semelhante. Todos esperam muito do presidente dos EUA, e se ele não corresponder às expectativas, quais serão as consequências? O que será do mundo se Obama não salvá-lo?
Não podemos esquecer que ele é apenas mais uma peça no tabuleiro, sem dúvida, uma peça importante, mas não única, não a última.
O que me animou nesse último discurso de "Mr. Obama" foi sua consciência da realidade. Ele reconheceu a pressão que está sofrendo, disse que está sendo julgado pelo povo norte americano (eu diria pelo mundo), e que todos esperam que ele crie empregos, traga mais liquides para o mercado financeiro, enfim, mantenha a América a salvo.
Vamos esperar os próximos passos de Obama, e torcer para que ele não se perca.
As informações são do "The New York Times".
terça-feira, 24 de março de 2009
"Clube Mundo"
Uma dica rápida.
O "Clube Mundo" é uma publicação destinada especificamente aos alunos. Mas, os professores podem aproveitar esse site para divulgar textos simples e de fácil contextualização para nossos "queridinhos".
Alguns detalhes valem ser salientados, como o tempo de existência, afinal, já são 10 anos de publicações, e com participação de nomes importantes no cenário da "Geografia didática", como Demétrio Magnoli, que já escreveu vários livros didáticos.
Destaco a "Revista Pangea: quinzenário de política, economia e cultura", que traz textos rápidos e objetivos sobre temas atuais.
Vale a pena consultar o site:
http://www.clubemundo.com.br/default.asp
Abraços geográficos.
O "Clube Mundo" é uma publicação destinada especificamente aos alunos. Mas, os professores podem aproveitar esse site para divulgar textos simples e de fácil contextualização para nossos "queridinhos".
Alguns detalhes valem ser salientados, como o tempo de existência, afinal, já são 10 anos de publicações, e com participação de nomes importantes no cenário da "Geografia didática", como Demétrio Magnoli, que já escreveu vários livros didáticos.
Destaco a "Revista Pangea: quinzenário de política, economia e cultura", que traz textos rápidos e objetivos sobre temas atuais.
Vale a pena consultar o site:
http://www.clubemundo.com.br/default.asp
Abraços geográficos.
A primeira agente nunca esquece!!!
Saudações geográficas!
Gostaria de expressar aqui minhas intenções com a criação do "Caderno de Mapas".
Desde o ano passado, quando comecei a lecionar, penso numa forma de maior interação extra-classe com meus alunos. Conheço alguns professores que já utilizam o blog com esse objetivo, mas eu insistia em procurar outras formas de interação, sem sucesso. Enfim, decidi dar início a um projeto que, com certeza, me tomará um bom tempo.
Porém, acho que será um tempo bem gasto se atingir meus objetivos. Espero que alunos e pessoas interessadas tirem proveito das postagens e das discussões geradas a partir delas.
Sem mais, sigo com o link de uma notícia divulgada pela BBC Brasil, que destaca a situação dos países que compõem o G20 (grupo dos 20 países mais industrializados do mundo) e que se reunirão em abril. O momento é de extrema importância, principalmente para o Brasil, pois temos um cenário único na história, onde teremos abertura para a discussão sobre os passos que devem ser tomados para o combate à crise econômica que assola o mundo.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/lg/noticias/2009/03/090304_g20_mapagd.shtml
Obrigado pela atenção e tempo despendidos.
Gostaria de expressar aqui minhas intenções com a criação do "Caderno de Mapas".
Desde o ano passado, quando comecei a lecionar, penso numa forma de maior interação extra-classe com meus alunos. Conheço alguns professores que já utilizam o blog com esse objetivo, mas eu insistia em procurar outras formas de interação, sem sucesso. Enfim, decidi dar início a um projeto que, com certeza, me tomará um bom tempo.
Porém, acho que será um tempo bem gasto se atingir meus objetivos. Espero que alunos e pessoas interessadas tirem proveito das postagens e das discussões geradas a partir delas.
Sem mais, sigo com o link de uma notícia divulgada pela BBC Brasil, que destaca a situação dos países que compõem o G20 (grupo dos 20 países mais industrializados do mundo) e que se reunirão em abril. O momento é de extrema importância, principalmente para o Brasil, pois temos um cenário único na história, onde teremos abertura para a discussão sobre os passos que devem ser tomados para o combate à crise econômica que assola o mundo.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/lg/noticias/2009/03/090304_g20_mapagd.shtml
Obrigado pela atenção e tempo despendidos.
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