Na edição de fevereiro de 2010 da revista “Unespciência” a editora-chefe Giovana Girardi, na carta ao leitor, toca no assunto da sustentabilidade ao se referir à matéria da capa Petróleo na mão é vendaval, ela diz o seguinte:
“Para ser sustentável, tem de ser economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente correto”.
Esta equação é extremamente complicada. Por trás dela estão os interesses políticos. Ela continua:
“Mesmo que preencha o primeiro quesito, o uso do petróleo – e de seus recursos – tem passado bem longe de alcançar os outros dois”.
Como nossa principal fonte energética, o petróleo é extremamente rentável. Porém, é um recurso que seus dias contados, pois não é renovável. Giovana Girardi cita a proposta de Rodrigo Serra do Instituto Federal Fluminense, que sugere que a renda advinda do petróleo deveria ser revertida para a pesquisa em fontes alternativas e, principalmente, renováveis de geração de energia. Isso tornaria a extração do petróleo, além de economicamente viável, socialmente justo.
Mas aí está o “porém”. A vontade política.
No sistema atual, o crescimento econômico e o poder político são muito mais importantes do que as condições de vida da população.
O Brasil, por exemplo, tem ganhado um espaço cada vez maior no cenário internacional. Está entre as 10 maiores economias do mundo; colocou o G-20 em discussão; foi incluído no BRIC (grupo Brasil, Rússia, Índia e China: possíveis grandes potências nos próximos 30 a 50 anos); luta por uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU.
Mas e as mudanças nas condições de vida da população? E o abismo que separa os ricos dos pobres, diminuiu? Há alguma perspectiva para a remoção das famílias que vivem em favelas, em condições subumanas?
Enfim, devemos refletir nas ações de nossos governantes e exigir um maior diálogo para a tomada de decisões e destinação de investimentos.
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